TESTEMUNHOS ESTUDANTES DE DIREITO
- C. A. D.
- 25 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Gustavo Lopes - estudante de Direito na FDUP.
O curso de Direito é, para mim, um objetivo concretizado.
Não posso dizer que é fácil, porque estaria a mentir. Requer muito dos alunos, principalmente a nível psicológico, na medida em que vão ter de ser feitos alguns sacrifícios.
Todo o método de estudo deve ser renovado, e são essas as primeiras adversidades do ingresso no ensino superior. Mas, com força de vontade, tudo é ultrapassado e, depois da adaptação, tudo o que se aprende é mágico.
Todos os dias encontro algo que me faz cair de amores pelo Direito.
Lembro-me que nas primeiras aulas, a professora de Introdução ao Direito disse que juristas são aqueles capazes de adotar as várias perspectivas que se formam em torno de uma certa questão, analisando a situação para, depois, sim, fazer justiça. E, muito sinceramente, essa é uma das maiores virtudes e um dos maiores poderes que um ser humano pode ter em sua posse.
A minha sugestão de leitura é “O Tatuador de Auschwitz”, de Heather Morris, uma vez que é um livro marcante que, por sua vez, nos transmite, de forma clara, as mais horrendas atrocidades praticadas contra seres humanos, no tempo onde a intolerância governava a humanidade. É um dos livros que mais me fez querer ir para Direito, na medida em que, como jurista, pretendo fazer prevalecer a dignidade humana sobre tudo o que lhe for contrária.
Bruna Moreira - estudante de Direito na FDUP.
Ser estudante de Direito é mais do que saber consultar artigos do Código Civil, da CRP e de muitos outros Códigos de que a maioria, incluindo eu, nem sequer tem conhecimento acerca da sua existência. Ser estudante de Direito é saber de Leis, de Política, de História, de Lógica, de Economia e, não surpreendentemente, de Psicologia. É compreender o que dá nas notícias da televisão, e o que leva à existência de determinadas regras, mas também considerar o que pode fazer com que alguém decida contrariar estas mesmas regras e quando é que o pode fazer.
Neste momento, sou aquela doutora que na realidade nunca deixou de ser caloira pois a pandemia fez com que não tivesse a minha primeira Queima das Fitas e muitas outras festas académicas das quais fomos privados. Faço parte do primeiro ano a ser afetado ao nível académico devido à doença que nos rodeia, mas sei que ainda há muito por vir.
A ideia generalizada de que Direito é só decorar leis e bater com o martelo na mesa do tribunal não só está incompleta, como também é falaciosa. Direito não só é uma área com muitas saídas profissionais possíveis para além de advocacia e juízes, como também é preciso muita lógica e raciocínio até que nos permitam bater com o martelo na mesa. Antes disso, temos de bater várias vezes com a cabeça no Código (e nas paredes, e nas mesas, e em qualquer quina mais próxima) até lá. Mas no final vai valer a pena! Força.
Para concluir, o livro que recomendo é o: "Maria, Rainha dos Escoceses", de John Guy, e que deu origem ao filme com a mesma designação, no ano de 2018. Escolhi este livro porque retrata na perfeição como o mundo era difícil e cruel para duas herdeiras ao trono da Escócia, Maria e Elizabeth I, unicamente por serem do sexo feminino.
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