Está a pensar ingressar no curso de Direito?

O curso de Direito e o resto da sua vida (enquanto jurista, advogado, etc), implicará um estudo constante e perpétuo derivado do facto de o Direito ser uma ciência dinâmica, em constante transformação.

Esta última afirmação, reflete ,efetivamente, a razão pela qual criamos esta página, uma vez que ingressa no curso de Direito, torna-se estudante de Direito e, mesmo depois de acabar o ciclo de estudos, dedicar-se-á ao conhecimento jurídico toda a sua vida profissional (relacionada com o Direito). Desta forma, esta iniciativa, é para todos os estudantes de Direito, seja para aqueles que estão ainda a finalizar a licenciatura, mestrado, doutoramento, seja para juízes, advogados, professores. Qualquer dúvida que tenha envie-nos mensagem para o e-mail (comunidadeadireito@gmail.com) ou Instagram, além disso inscreva-se no site se considerar que o irá ajudar de alguma forma!

Seguem-se agora três testemunhos. Um testemunho de um estudante de 1º ano do 1º ciclo de estudos de Direito na Universidade Lusíada do Norte - Porto. O segundo testemunho, pertence a um estudante de 1º ano de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. O último testemunho foi-nos deixado por um estudante de Direito de 1º ano da FDUP.

Testemunhos:

Rúben Ribeiro - Estudante de 1º ano do 1º ciclo de Estudos de Direito na Universidade Lusíada do Norte - Porto.

Encontro-me, neste momento, a frequentar o 1º ano do curso de direito da Universidade Lusíada Porto e, transmitir-vos-ei a minha opinião sobre a experiência (embora breve) que é o curso de Direito.

Começar por desmistificar, um pouco, aquela ideia de um curso aborrecidíssimo com milhares e milhares de páginas de tédio. A verdade é que existem, de facto, milhares e milhares (…e milhares…) de páginas; é verdade que temos cadeiras que são aborrecidas e maçadoras, mas, todas elas contribuem para um objetivo comum: tornar-nos melhores cidadãos.

Na minha (ainda breve) experiência, tenho assistido a uma introdução ao Direito, ao que é, ao que se faz, ao como se faz, etc… e, mais do que um curso entediante, tem sido um curso intenso e desafiante. Cada cadeira traz um desafio diferente que nos dá novas competências (skills) para nos desenvolvermos enquanto cidadãos e jurisconsultos. Aprendemos como funciona e qual a origem do Direito – afinal, uma sociedade sem Direito não é uma sociedade, é uma anarquia que nos levaria a um total regime da Idade da Pedra em que era cada um por si e a “lei do mais forte”. Enfim, leva-nos a questionar e perceber o porquê de cada coisa ser x ou y e não ser “assado ou cozido”, leva-nos a formarmos as nossas opiniões.

Em suma, de maneira a não me alargar muito e tornar isto aborrecido, concluo o seguinte e refiro, mais uma vez, que isto é uma mera opinião de um estudante do primeiro ano: o curso de Direito não é apenas e só um monte enormíssimo de folhas e frases, é mais do que isso; é sobre criar uma opinião, desafiar-nos a ser mais e sermos melhores, a sermos corretos e, acima de tudo, sermos justos. Nem todos os estudantes de Direito serão advogados ou magistrados ou etc… mas, todos os estudantes de Direito serão, certamente, mais cultos e ricos após um curso desta magnitude.

Aluno do 1º ano, do 1º ciclo de estudos de Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Tirar licenciatura de Direito em Coimbra não é fácil, talvez por causa da história da faculdade ou do seu prestígio, mas não deixa de ser uma experiência enriquecedora.

As cadeiras são interessantes e, na minha opinião, adequadas a cada ano. Por exemplo, as de primeiro ano ajudam-nos a entrar no mundo do direito e a ter as bases que precisamos para estudar tudo o resto. Temos aulas teóricas e práticas de cada disciplina, professores dedicados a ajudar-nos e um núcleo de estudantes incrível que cria atividades interessantes e ajuda na integração dos estudantes.

Temos também ao nosso dispor uma sala de leitura equipada com todos os livros que precisamos para as cadeiras que temos. Para além disto o ambiente académico da UC cria toda uma experiência única que possibilita a passagem dos melhores anos da nossa vida.

Ivo Moreno Fernandes - estudante de 1º ano da Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto.

Engane-se quem possa pensar que estudar Direito é “decorar leis e livros”. Esse dogma quase universal está longe de ser a verdade, mas efetivamente, se há algo que o curso de Direito não faz é pecar por ser desconhecido. Ninguém lhe fica indiferente, sendo este verdadeiramente amado por uns e profundamente odiado por outros. Devo confessar que após 1 ano no mesmo, me integro, com muito gosto, no primeiro grupo.

Estando, portanto, a terminar o primeiro ano da licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), creio que o meu testemunho possa vir a ser relevante a muitos outros que há um ano estariam exatamente na mesma situação que eu e que procuravam incessantemente informação sobre múltiplos cursos e faculdades.

Estudar na Universidade do Porto é por si só uma garantia de excelência, não sendo a Faculdade de Direito uma exceção à regra.

Esta é uma faculdade relativamente recente tendo comemorado os seus 24 anos em dezembro do último ano, no entanto, engane-se quem lhe atribua qualquer tipo de descrédito ou desvalor. Estudar na FDUP é efetivamente aprender com alguns dos melhores professores do país, que além de serem (feitos e personalidades à parte) profissionais incríveis e grande parte deles investigadores, procuram realmente ser acessíveis aos alunos, ajudando na transição entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior e procurando constantemente ajudar-nos a evoluir e a suprir dificuldades.

Na adaptação revelam um papel fulcral os diferentes grupos da faculdade desde a praxe, às duas tunas (masculina e feminina), passando pelo GAFDUP. Sendo parte deste último grupo académico, recomendo vivamente, tendo sentido realmente que foi um elemento acima de tudo marcante deste meu ano de caloiro.

Um aspeto que creio ser importante abordar e, isto sem me alongar demasiado, é o da avaliação, que é efetivamente feita, maioritariamente, por exame final a cada cadeira. É facto que esta foi sem dúvida das maiores dificuldades com que me deparei, estando habituado a uma avaliação contínua. Isto é algo que inicialmente parece bastante assustador. Devo confessar, é mesmo. O medo é algo ligeiramente vivido durante a primeira época de exames e foram várias as crises existenciais ao longo da mesma. No pós-exames, à medida que a sanidade mental vai sendo recuperada, apenas me apercebi que é um método que exige responsabilidade de nós mesmos, uma boa gestão do tempo e que apesar de se cingir a um exame, envolve um estudo contínuo.

Nas palavras de Gandhi, “a satisfação está no esforço e não apenas na realização final”.

Aos que ponderam enveredar por este caminho, sou pioneiro na defesa de que devemos ter em conta que este é um curso com um amplo mercado de trabalho e com um leque muito diversificado de saídas profissionais, mas sou ainda mais defensor que esta é uma escolha que deve ser feita com paixão e gosto. Afinal de contas, seja qual for a profissão escolhida futuramente, passaremos grande parte da nossa vida a estudar e quem se apaixonar pelo Direito, será toda a vida um eterno apaixonado.

Obrigado por ler mais um artigo! Siga-nos no Instagram (comunidadeadireito) e junte-se ao nosso grupo no Facebook.

Autores:

João Paulo jprofissionalcs@gmail.com

Ivo Fernandes fernivo15@gmail.com

Rúben Ribeiro rubenpinto27@hotmail.com